Em artigo da Caixa Cultural para a Mostra “Nollywood – O caso do cinema nigeriano”, realizada no Rio de Janeiro, em 2012, Nollywood teve seus primeiros passos e foi “Datada a partir do lançamento de Living in Bondage (1992), de Chris Obi Rapu, a indústria cinematográfica nigeriana vem fazendo jus ao seu nome de batismo “Nollywood”, conquistado a partir do estouro vivenciado no início deste século. Desde pesquisa realizada pela UNESCO em 2006, o número de produções para o Cinema na Nigéria duplicou. Hoje, a indústria supera as historicamente dominantes Hollywood e Bollywood com seus mais de 1500 longas-metragens por ano, emprega milhares de profissionais e corresponde a cerca de 90% do consumo cinematográfico nacional.
Realizados em poucos dias e com equipamentos simples
(atualmente todos digitais), os filmes se mostram um bom negócio: o custo de
produção é baixo (entre 4 mil e 100 mil dólares), os pontos de venda são muitos
e o público é vasto e assíduo. A estrutura desenvolvida não acompanha, porém,
até o momento, a organização e preservação das obras, dificultando o acesso do
público a filmes que já saíram do mercado.
Com mais de 50% das obras em inglês, os filmes da Nigéria
conquistam milhares de espectadores ao redor da África, principalmente por meio
dos canais disponíveis de TV via satélite e Internet. No Brasil, as produções
ainda são um tema desconhecido da maioria dos apaixonados por cinema”.
Neste contexto, o Cineclube Afro Sembene e a Cojira-SP, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, exibirão o filme Domitilla, de Zeb Ejiro, abrindo assim oportunidade especial para assistir uma das cultuadas produções realizadas em Nollywood.
Neste contexto, o Cineclube Afro Sembene e a Cojira-SP, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, exibirão o filme Domitilla, de Zeb Ejiro, abrindo assim oportunidade especial para assistir uma das cultuadas produções realizadas em Nollywood.
Domitilla. Direção: Zeb
Ejiro. Elenco: Sandra Achums, Ada Ameh, Enebeli Elebuwa, Kate
Henshaw-Nuttal, Maureen Ihua, Sonny McDon, Anne Njemanze, Patience Oghre,
Charles Okafor, Basorge Tariah Jr. Gênero: Ação/Suspense. Duração: 106 minutos.
Ano de Lançamento: 1996. País de Origem: Nigéria. Idioma do Áudio: Inglês. Legendas:
Português. Suporte: DVD.
Sinopse: Os reveses e desafios na vida urbana de uma jovem de classe média baixa e sua luta pela sobrevivência e superação. Domitilla trabalha em dois empregos para se manter e ajudar a família. Um como auxiliar de escritório, durante o dia, e a noite como profissional do sexo. Ela está namorando um homem jovem, bonito, promissor. A maioria das amigas de Domitilla são garotas de programa, expostas a riscos imprevisíveis, e estão felizes por ela ter encontrado um suporte que contempla seu sonho de mudar de vida. Mas alguém delata ao noivo sobre sua segunda profissão.
Sobre o diretor: Zeb Ejiro. Nasceu
em Isoko, em 2 de fevereiro de 1956, na região do Estado Delta da Nigéria. Ele
é um dos três irmãos de sucesso na indústria de Nollywood: Peter Red e Chico
Maziakpono. Zeb é graduado em Comunicação e Mídia pela Universidade da Nigéria,
Nsukka. Foi o fundador e ex-presidente da Associação dos Produtores de Filmes
(AMP). Em 1988 criou a Zeb Ejiro Productions Limited, que introduziu pela
primeira vez uma série de televisão chamada "Ripples". Esta durou
cinco anos e é a mais longa novela em execução no Nigerian Television
Association, de 1988 a 1993. Pouco depois Zeb criou vários filmes em língua
Ibgo. Como escritor, produtor e diretor ele criou mais de uma dúzia de filmes,
que lidam com questões sociais e moralidade. Zeb Ejiro é reconhecido como o
sheik de Nollywood. Alguns de seus filmes produzidos são: Adeus Amanhã, Mortal
Herança, Domitilla I e II (agora está fazendo o III), Sakobi, Conflitantes
Sombras, Intimate Strangers, Desejo Fatal, Solução Gentil, Amadioha, Maniac, e
Faces of Evil. Em 2005 Zeb recebeu o "Oficial Ordern Nígeria" (OON),
que é um prêmio nacional dado na Nigéria para aqueles que contribuem na
construção e difusão da indústria de filme nigeriano, especificamente
Nollywood.
Curiosidades: É
um dos filmes mais populares do Novo Cinema Nigeriano. Sua influência foi tal
que a palavra "Domitilla" se tornou na gíria nigeriana, algo referente
à prostituta ou mulher de moral duvidosa.
Domitilla terá uma palestra sobre Nollywood, proferida nesta sessão
especial do Cineclube Afro Sembene pela pesquisadora afro-americana Kamahra
Ewing, graduada em Artes Visuais e Mídia, e doutoranda em Filosofia, Artes
Visuais e Mídia, Estudos Afro-americanos e Africanos pela Michigan State
University. Haverá distribuição de questionários para medir a audiência, como
também a opinião e observações do público sobre o filme, seguidas de uma breve
discussão em grupo. O objetivo de Kamahra é realizar exibições itinerantes de Domitilla em diferentes locais, em especial aqueles onde há concentração de afro-brasileiros. Tais como cineclubes, quilombos, associações, escolas de samba, igreja evangélica ou comunidade de candomblé que estejam interessados em assistir e discutir o filme dentro do formato proposto.
O Cineclube Afro Sembene
A proposta é realizar sessões em
dose dupla, ou seja: um filme do continente africano e um filme de um(a)
diretor(a) afro-brasileiro(s), como acontece em shows internacionais que são
abertos por bandas ou artistas nacionais como forma de intercâmbio e difusão
cultural. Tem também um apelo retrô, em referência e homenagem aos cinemas populares,
os quais até meados da década de 1990 exibiam dois filmes como meio de atrair,
formar e manter seu público. “Como os cinemas estavam perdendo espectadores,
logo surgiu a ideia de oferecer aos cinéfilos a sessão dupla, onde poderiam
assistir dois filmes pagando por apenas um bilhete. E muito filme considerado
B, não só ganhou repercussão como também se tornaram cults”, explica Oubí Inaê
Kibuko, um dos coordenadores e curadores do Cineclube Afro Sembene.
As sessões do Cineclube Afro Sembene acontecem todo 3º sábado mensal, pontualmente às 19 horas, sendo a exibição do filme seguida de debate
aberto com membros da equipe realizadora ou de um comentarista
convidado e outras práticas da cultura africana.
Sobre o projeto Cineclube Afro Sembene
O Cineclube Afro Sembene é uma
iniciativa do Fórum África, entidade sem fins lucrativos, de caráter social,
cultural e recreativo, que reúne africanos, brasileiros e todas as pessoas
interessadas em difundir informações que melhorem o conhecimento sobre a África
no Brasil e vice-versa. O nome Sembene é uma homenagem ao escritor, produtor e diretor
senegalês Ousmane Sembene (1923 — 2007), frequentemente chamado de "O Pai
do Cinema Africano". Sua jornada teve inicio em 2008, no Centro
Cineclubista de São Paulo, do qual é associado. Ciente das barreiras da língua
e de seu caráter pedagógico, a programação do Cineclube Afro Sembene prioriza
filmes legendados em português. Coordenação: Vanderli Salatiel, Saddo Ag
Almouloud e Oubí Inaê Kibuko.
Parceria Cineclube Afro
Sembene e Cojira
Em 2012 o Cineclube Afro Sembene
firmou parceria com a Cojira-SP (Comissão de Jornalistas Pela Igualdade Racial
no Estado de São Paulo), que manifestou disposição solidária com esta proposta
e se propôs a contribuir na difusão do cinema africano ao público interessado todo
terceiro sábado mensal. “A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial
(Cojira) é um órgão consultivo, com participação aberta a todos os
interessados. O objetivo é auxiliar o Sindicato na atuação mais efetiva com
relação à questão racial. Participam de ações tanto no âmbito específico do
jornalismo, quanto em questões de caráter mais geral.” A oficialização desta
parceria se deu em 16/11/2013, com o retorno do Cineclube Afro Sembene, desta
feita no Sindicato dos Jornalistas, após um longo e forçado jejum por falta de
espaço apropriado.
Serviço
Cineclube Afro Sembene e Cojira convidam
Domitilla, de Zeb Ejiro, Nigéria,
1996.
Sessão especial em homenagem ao
Dia Internacional da Mulher
Palestra sobre Nollywood, seguida de atividade interativa em grupo, com Kamahra Ewing, pesquisadora e doutoranda (Michigan State University - EUA).
Data: 15 de março de 2014 –
sábado;
Horário: pontualmente às 19 horas
- Entrada franca;
Local: Sindicato dos Jornalistas
no Estado de São Paulo;
Endereço: Rua Rego Freitas nº
530, próximo a Igreja da Consolação e metrô República.
Informações:
www.cineclubeafrosembene.blogspot.com.br
Email: cineafrosembene@gmail.com
Email: cineafrosembene@gmail.com
www.cojira.wordpress.com/
www.sjsp.org.br
Realização: Fórum África
Parceria: Cojira-SP/Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Apoio: PUC-Consolação,
Casa das Áfricas, Cabeças Falantes
Redigido e Postado por Oubí Inaê Kibuko para Cineclube Afro Sembene e Fórum África.
Redigido e Postado por Oubí Inaê Kibuko para Cineclube Afro Sembene e Fórum África.
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