terça-feira, 11 de novembro de 2014

Yaaba e O Dia de Jerusa na sessão especial do Cineclube Afro Sembene ao Dia Nacional da Consciência Negra

 
20 de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A semana ou mês dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana ou Mês da Consciência Negra. A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.
Neste contexto, a Associação Fórum África, através do projeto Cineclube Afro Sembene, em parceria com a Cojira e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, convidam o público interessado para a sessão dose dupla, que será realizada no dia 15 de novembro, pontualmente às 18 horas, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, sito a Rua Rego Freitas nº 530, sobreloja, com entrada franca. No programa serão exibidos “Yaaba”, longa-metragem de Idrissa Ouedraogo (Burkina Fasso), e “O Dia de Jerusa”, curta-metragem de Viviane Ferreira (Brasil).
A sessão dose dupla do Cineclube Afro Sembene visa contemplar não somente o cinema, diretor e produtor africano, como também o nacional, a exemplo de shows internacionais que são abertos por bandas ou artistas locais. Nesta sessão especial, a proposta é colocar duas gerações quase distintas para trocar impressões com o público, em forma de roda de conversa, sobre ambos os filmes, cinema, africanidades e movimento negro ou negros em movimento no cinema da África e Diáspora. O Cineclube Afro Sembene é projeto da Associação Fórum África, de caráter social, cultural e pedagógico, sem fins lucrativos.
Yaaba, 1989, 90 minutos, direção Idrissa Ouedraogo. Sinopse: Bila, um menino de dez anos, observa a vida de sua vila More. Ele faz amizade com uma anciã que a comunidade acusa de feitiçaria. Pouco a pouco, nasce uma cumplicidade entre eles. Enquanto isso, uma série de sub-tramas se desenrolam, vista sob o olhar do garoto.
O Dia de Jerusa, 2013, 20 minutos, direção Viviane Ferreira. Sinopse: Estrelado pela experiente atriz Léa Garcia e pela jovem atriz e bailarina Débora Marçal. A história narra o encontro de uma jovem e uma senhora residente do bairro do Bixiga, no centro de São Paulo. Silvia (Débora Marçal) trabalha com pesquisa de público para uma marca de sabão em pó. Ao bater na porta de Jerusa (Léa Garcia), é surpreendida com respostas nada convencionais, e o diálogo a leva a compreender a vida de outra maneira, menos rápida e menos quantitativa. O elenco formado por atores e atrizes negros dá ao filme contornos de simplicidade e poesia, além de revelar a atenção e engajamento político da equipe do curta.
Sobre Idrissa Ouedraogo e sua obra:
Idrissa Ouedraogo. Nasceu em 1954, em Burkina-Faso. Estudou no Instituto Africano de Estudos Cinematográficos de Ouagadougou, seguiu estudando no IDHEC em Paris. Realisou diversos curtas-metragens documentários, antes de passar para longas-metragens. Desde seus primeiros longas, ele obtém reconhecimento internacional. Seus filmes Yaaba, Tilaï e Samba Traore receberam diversos prêmios, incluindo em Cannes e Veneza.
Produção cinematográfica:
Kato Kato (2006)
Anger of the Gods (2003)
11 de Setembro (September 11) (2002)
Le monde à l'endroit (2000)
Kini & Adams (1997)
Lumière e Companhia (Lumière and Company) (1995)
Le cri du coeur (1994)
Samba Traoré (1992)
Karim and Sala (1991)
The Law (1990)
Yaaba (1989)
Yam Daabo (1987)

Sobre Viviane Ferreira e sua obra:

Viviane Ferreira nasceu em Salvador. Graduada em Direito, com foco em direito cultural e direito autoral, é cineasta, produtora, empreendedora social e designer. Atua na V&V Advogadas Associadas (Escritório com foco em Direito do Entretenimento, Direito Administrativo, Direito Público e Direito Eleitoral); Presidente da Associação Mulheres de Odun (Organização feminista que trabalha em prol da democratização dos bens culturais com recorte de gênero e raça) e Produtora na Odun - Formação e Produção, empresa especializada na área de bens culturais.
Produção Cinematográfica:
2013 - Curta-metragem “O dia de Jerusa”, ficção, de 20 min de duração.
Média-metragem “Peregrinação: partindo de nós próprios para chegarmos à nós mesmos”, documentário, 57min de duração
2010 - Curta-metragem “Mumbi 7 Cenas Pós Burkina”, ficção, 7 min de duração.
2009 - Curta-metragem “Marcha Noturna Pela Democracia Racial”, documentário 30min de duração.
Curta-metragem “Festa Mãe Negra”, documentário, 30min de duração
2008 - Curta-metragem “Dê sua idéia, debata”, documentário, 30min de duração
Serviço:
15/novembro/2014 - sábado - 18 horas
Cineclube Afro Sembene e Cojira convidam
Sessão especial ao Dia da Consciência Negra
YAABA - Idrissa Ouedraogo - Burkina Fasso
O DIA DE JERUSA - Viviane Ferreira - Brasil
Local: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja - Entrada franca
Próximo ao metrô República e Igreja da Consolação
Informações: www.cineclubeafrosembene.blogspot.com.br/
www.cojira.wordpress.com/ www.sjsp.org.br/
Realização: Associação Fórum África
Parceria: Cojira/Sindicato dos Jornalistas
Apoio: Cabeças Falantes
Agende-se - Compartilhe - Compareça

III MOSTRA CINEMA DA QUEBRADA - 17 a 30 de Novembro de 2014


Desde 2012, o CINUSP Paulo Emílio organiza debates e mostras anuais sobre o Cinema da Quebrada na USP. A ideia e motivação dos programas exibidos é criar espaço na universidade, para as produções de coletivos e artistas baseados em bairros periféricos, até então pouco difundidas nos circuitos cinematográficos e que muitas vezes passam ao largo da crítica. Essa produção enriquece o debate acadêmico ao incluir novas vozes e agentes produtores de arte e cultura no âmbito da educação formal.
A discussão do próprio conceito de cinema da quebrada, é assunto privilegiado das mostras, curadas a cada ano por um realizador externo ao CINUSP, um participante daquilo que, somente de maneira bastante fluída, poderia ser caracterizado como um “movimento”, sem centro nem periferia, sem hierarquia ou estrutura institucional, e cuja tendência talvez seja a de ocupar a cena dos festivais, eliminando assim, ou ao menos reduzindo, os próprios contornos que o especificam.
Cada curador externo trabalhou junto à equipe do CINUSP na seleção e organização da grade de programação e debates. A ideia é que a partir mesmo dessa experiência de conceituação e elaboração do material se estabeleçam novas trocas, incluindo aí os inevitáveis atritos que elas geram.
A primeira mostra teve curadoria de Renato Cândido, bacharel e mestre pela ECA, professor e diretor de cinema. Essa primeira edição da mostra do cinema da quebrada, trouxe para a universidade realizadores que a partir de seus núcleos originários extrapolaram os limites de suas comunidades. O debate entre alunos da USP e, realizadores da quebrada paulistana e carioca expressou algumas das muitas diferenças que existem no campo das quebradas.
A segunda mostra contou com o olhar de Thaís Scabio, do Núcleo de Audiovisual do JAMAC no Jardim Miriam, que optou por realizar uma chamada de trabalhos audiovisuais. Recebemos inscrições do Brasil inteiro, que compuseram uma diversidade de temas e abordagens, posicionando lado a lado produções de grandes centros urbanos e aldeias indígenas.
A terceira mostra tem curadoria de Wilq Vicente, aluno de mestrado em Estudo Culturais na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, e que foi membro do Coletivo de Vídeo Popular de São Paulo. Essa edição faz uma homenagem a Associação Brasileira de Vídeo Popular (ABVP), por seu papel precursor na atenção ao vídeo em conexão com movimentos e ou comunidades populares, além de outros três eixos temáticos.
Para além das nossas salas na Cidade Universitária e no Centro Universitário Maria Antônia, a mostra será estendida a outros espaços, fortalecendo o sentido de extensão e parceria entre universidade e comunidade externa. Diversos espaços receberão debates com realizadores e outros agentes desse meio mantendo a multiplicidade de vozes inerente ao tema.
Acompanhando a mostra, publicaremos novo volume da Coleção CINUSP organizado por Wilq Vicente e pela equipe do CINUSP, que atualiza a discussão sobre a produção contemporânea popular, da quebrada e, ou, da periferia, evidenciando o papel político e estético do audiovisual. O volume, composto por entrevistas e ensaios, levanta as questões: Existiria um cinema da Quebrada? O que vem a ser a quebrada? Relaciona-se a uma topologia, uma estética ou posição social?
Convidamos todos a participarem da reflexão proposta nessa III MOSTRA DE CINEMA DA QUEBRADA DO CINUSP, e apreciarem uma produção heterogênea, crítica e pulsante, que dá novo fôlego à criação audiovisual brasileira.

Locais:
CINUSP Paulo Emílio
CINUSP Maria Antonia
Sala Cine Olido
Centro Cultural da Penha
Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes
Espaço Cultural Latino Americano (ECLA)
Biblioteca Roberto Santos

Fonte e programação completa: CINUSP

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Pumeza canta de Puccini a Miriam Makeba na Cultura FM

Pumeza Matshikiza nasceu em 1978 na Cidade do Cabo em família pobre. Sofreu até os 16 anos a odiosa discriminação do regime sul-africano, até a eleição de Mandela para a presidência em 1994. Ela assinou há pouco um contrato de exclusividade com a Decca e está lançando seu primeiro CD, Voice of hope.

Uma trajetória surpreendente e improvável, já que ela não estudou música formalmente, apesar de pertencer a uma família musical. Sua mãe era cantora amadora e a família inclui o músico de jazz Todd Matshikiza. “Cresci cantando em coral na igreja”, diz. Descobriu a ópera por acaso, escutando transmissões pelo rádio. Hoje apresenta-se regularmente na Staatsoper de Stuttgart.

Voice of hope alterna árias de Mozart e Puccini com orquestrações de canções nos dialetos Xhosa, Swahili e Zulu, com destaque para dois “hits” de Miriam Makeba, incluindo até seu megassucesso dos anos 1960, “Pata Pata”. Os ingleses a descobriram por causa da canção “Freedom come all ye”, de John MacLellan e Hamish Scott Henderson. Pumeza foi convidada para cantá-la na cerimônia de abertura dos Commonwealth Games em Glasgow, na Escócia, em julho passado.

O caminho de Pumeza para a carreira lírica passou por uma bolsa de estudos no Royal College of Music de Londres, porta aberta pelo compositor sul-africano Kevin Volans, que a viu cantar “Frasquita” numa montagem da Carmen de Bizet com um grupo de cantores sul-africanos na universidade local. Em 2010, ganhou o concurso Veronica Dunne em Dublin e em seguida obteve o contrato de três anos na Ópera de Stuttgart.

A gravação de estreia, bastante interessante e eclética, é um retrato completo da arte desta sul-africana de bela voz que pode ir muito longe no universo lírico. Ela diz que Voice of hope é uma viagem, a sua, da África do Sul para a cena lírica, ao incluir árias de ópera, canções africanas tradicionais, composições de Kevin Volans e canções em que é acompanhada por um coro africano: “Quando faço um recital, começo com o repertório clássico e depois canto algumas canções sul-africanas no final. É natural para mim cantar música sul-africana. Ponho outro tipo de sentimento nelas”.

Faixas:

1. O mio babbino caro (de Gianni Schicchi)
2. Signore, ascolta! (de Turandot)
3. Thula Baba (Hush, My Baby)
4. Malaika (My Angel)
5. Pata Pata
6. The Naughty Little Flea
7. Vedrai, carino (de Don Giovanni)
8. Donde lieta uscì (de La Bohème)
9. Umzi Watsha
10. Saduva
11. Holilili
12. The Click Song
13. Iya Gaduza
14. Lakutshon’Ilanga (When The Sun Sets)
15. Freedom Come All Ye

Clique aqui e ouça o cd na integra.

Fonte: Cultura FM - CD da semana

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Dia 18/10 Cineclube Afro Sembene e Cojira convidam: Abouna (Nosso Pai) - Especial ao Dia das Crianças


Sinopse: Dois meninos, Moussa e Aguid, acordam numa manhã e descobrem que seu pai abandonou a família. Chocados, começam a se comportar mal. Enquanto, ilicitamente, assistem a um filme, eles acreditam ver seu pai falando com eles e roubam o filme para examinar o negativo. Sua mãe, Haroun, desespera-se e manda-os para a escola corânica. Infelizes, os dois planejam sua fuga, até que o mais velhos dos dois apaixona-se por uma menina surda, Khalil.

Ficha técnica:
Direção: Mahamat Saleh Haroun
Produção: Guillaume de Seille
Elenco: Ahidjo Mahamet Moussa, Hamza Moctar Aguid, Zara Haroun, Mounira Khalil, Diego Moustapha Ngarade.
Co-produção: França/Chade/Holanda. Gênero: drama. Idioma: árabe, francês. Ano: 2002 – Colorido. Duração: 84 minutos. Legendas: Português.

Elenco e produção
Ahidjo Mahamat Moussa, que fez o papel de Tahir, de quinze anos, pôde escolher, entre um grupo de meninos, quem interpretaria seu irmão mais novo, Amine. Ele escolheu Hamza Moctar Aguid, de oito anos, por pensar que ele poderia ser realmente seu irmão. Após as gravações, o filme foi enviado a Paris para ser processado e editado e, depois de uma longa espera, o filme estava pronto para ser lançado.

Prêmios
- Em 2002 - Hong Kong International Film Festival: Firebird Award - Menção Honrosa.
- Em 2002 - Kerala International Film Festival: Prêmio FIPRESCI e Golden Crow Pheasant
- Em 2003 - Ouagadougou Panafrican Film and Television Festival: Baobab Seed Award, Melhor Cinematografia, INALCO Award e UNICEF Award para a Infância.

Sobre o diretor
Mahamat-Saleh Haroun nasceu no Chade, em Abeche, em 1961. Estudou cinema e jornalismo no Conservatório de cinema francês , e em 1986 começou a trabalhar como jornalista e logo depois para uma estação de rádio local. Em 1994 ele fez sua estréia com o curta-metragem Maral Tanie recompensado em muitas Festival. Cinco anos mais tarde, ele fez o seu primeiro longa-metragem, Bye Bye Africa é premiado o melhor trabalho em Veneza, em 1999 . Uma amostra de Abouna , de 2002 , encontrou um lugar de honra no Museu de Cinema de Turim, a Mole Antonelliana e também foi apresentado no Festival de Cannes 2002 . Após Kalala baleado em 2006 , um documentário sobre um colega de trabalho que morreu de AIDS - "meu melhor amigo" - Estação Seca, que recebeu o Prêmio Especial do Júri no 63 Festival de Veneza em Veneza. A temporada de perdão também encontrou uma distribuição italiano, depois de ter recebido o Prêmio Especial do Júri no Lido de Veneza. Do drama à comédia "televisão" (como no caso de Sexe, quiabo et beurre salé ), o diretor gosta de lidar com diferentes gêneros.
Filmografia
Maral Tanie (1994), Bya Bye Africa (1999), Abouna (2002), Kalala (2006), Daratt - La stagione del perdono (Daratt) (2006), Sexe, gombo et beurre salé (2008) e Un homme qui crie (2010).

Serviço
Dia 18 de outubro de 2014 - sábado - 18:30 horas
CINECLUBE AFRO SEMBENE E COJIRA convidam
Sessão Especial em Comemoração ao Dia da Criança
Abouna (Nosso Pai) - direção de Mahamat Saleh Haroun
Local: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja - entrada franca
Próximo ao metrô República e Igreja da Consolação
Informações: www.cineclubeafrosembene.blogspot.com.br
www.cojira.wordpress.com - www.sjsp.org.br - e nas Redes Socais

Realização: Associação Fórum África
Parceria: Cojira/Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Apoio: Cabeças Falantes

Agende-se - Compareça - Compartilhe 
Pesquisa, montagem, postagem por Oubí Inaê Kibuko para Fórum África e Cineclube Afro Sembene.

domingo, 7 de setembro de 2014

6 anos de Cineclube Atlantico Negro


O Cineclube Atlântico Negro
Atividade cultural, audiovisual e educativa, criada e produzida pelo cineasta Clementino Junior para promoção do cinema da diáspora africana.

Serviço   Sexta-feira, 12 de setembro de 2014, 19:00 horas
Local: Casa Porto
Largo de São Francisco da Prainha, 4 - Sobrado
20081280 - Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (021) 2253-7535

Fonte: Cineclube Atlântico Negro - Facebook


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Força e luta da mulher negra: Giane Vargas Escobar

 Foto: Antônio Jorge Ferreira/Divulgação.

A santa-mariense Giane Vargas Escobar receberá prêmio internacional pelo trabalho à frente do Museu Treze de Maio. Pesquisadora mora em Portugal, onde estuda doutorado em Estudos Culturais, pelas Universidades de Aveiro e Minho.


A GIANE POR GIANE

 
Um sonho
Ver a população negra nas Universidades, como alunos e como professores, em todas as áreas


Um medo

Parar de sonhar, pois são os sonhos e os anjos que me movem. Como diz a canção do grupo sueco ABBA _ que escutava na minha adolescência e terei oportunidade de estar no lugar de origem deles _ I believe in angels_ parte da canção I Have a Dream


Uma vitória

Quando lançamos, em 2003, o Projeto do Museu Treze de Maio e também a primeira edição do livro infanto-juvenil com recorte racial negro, Os Problemas de Júnior, de autoria da escritora Maria Rita Py Dutra. Além disso, acabava de ser criada a primeira Coordenadoria Municipal do Negro em Santa Maria. E em 2008, o primeiro vestibular com reserva de vagas e cotas raciais para negros na UFSM. O Museu Treze de Maio participou ativamente de todos esses processos. Vitórias coletivas, construídas com articulações, garra e luta da população negra de Santa Maria


Um dia inesquecível

Recentemente, quando recebi a notícia do International museum Prize winner 2014,por meio de uma mensagem de Hugues de Varine, consultor internacional na área de museologia e do desenvolvimento, ex-diretor do ICOM, o Conselho Internacional de Museus


Uma inspiração

Gostaria de citar quatro mulheres negras me deram e me dão força para seguir com firmeza a minha caminhada. Muito do que sou hoje é por que tive na minha vida mulheres inspiradoras: Jonbelina, minha mãe, Celanira, minha sogra e amiga, Angelina (in memoriam), minha avó materna e Amoreti (in memoriam), minha tia.

Por Luciane Brum - Diário Santa Maria


Pesquisa e postagem Oubí Inaê Kibuko para Cineclube Afro Sembene e Fórum África.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Cineclube Afro Sembene e Cojira convidam dia 20/9 sessão especial à Independência da República do Mali

A República do Mali
Segundo a Wikipédia: "Mali ou Máli cujo nome oficial é República do Mali, é um país africano sem saída para o mar na África Ocidental. Mali é o sétimo maior país da África. Limita-se com sete países, a norte pela Argélia, a leste pelo Níger, a oeste pela Mauritânia e Senegal e ao sul pela Costa do Marfim, Guiné e Burkina Fasso. Seu tamanho é de 1.240.000 km².

Formada por 8 regiões, o Mali tem fronteiras ao norte, no meio ao Deserto do Saara, enquanto a região sul, onde vive a maioria de seus habitantes, está próximo aos rios Níger e Senegal. Alguns dos recursos naturais em Mali são o ouro, o urânio e o sal.

O atual território do Mali foi sede de três impérios da África Ocidental que controlava o comércio transaariano: o Império Gana, o Império Mali (que deu o nome de Mali ao país), e o Império Songhai. No final do século XIX, Mali ficou sob o controle da França, tornando-se parte do Sudão francês. Em 1960, Mali conquistou a independência, juntamente com o Senegal, tornando-se a Federação do Mali. Um ano mais tarde, a Federação do Mali se dividiu em dois países: Mali e Senegal. Depois de um tempo em que havia apenas um partido político, um golpe em 1991 levou à escritura de uma nova Constituição e à criação do Mali como uma nação democrática, com um sistema pluripartidário. Quase a metade de sua população vive abaixo da linha de pobreza, com menos de 1 dólar por dia. Sua população é estimada em cerca de 12 milhões de habitantes. Sua capital é Bamako."

E é com este homônimo, que o Cineclube Afro Sembene, em parceria com a Cojira, realizará dia 20 de setembro de 2014, no Sindicato dos Jornalistas, a exibição do filme Bamako, de Abderrahmane Sissako, em sessão especial como parte das homenagens ao Dia da Independência da República do Mali, conquistada em 22 de setembro de 1960.

Bamako
Sinopse: Cidadãos africanos decidem processar as instituições financeiras internacionais pelo estado de endividamento em que se encontra o continente. O julgamento se instaura nos jardins de uma casa em Bamako. Só que os procedimentos legais são recebidos com indiferença pelos habitantes locais, que seguem adiante com sua rotina. Entre eles estão Chaka e Melé. Ela é cantora num bar, ele está desempregado, e a relação dos dois passa por um momento difícil.

Elenco: Aïssa Maïga - Melé; Tiécoura Traoré - Chaka; William Bourdon - Advogado da parte civil; Mamadou Kanouté - Advogado de defesa (como Mamadou Konaté); Gabriel Magma Konate - Procurador (como Magma Gabriel Konaté); Danny Glover - Cow-boy; Elia Suleiman - Cow-boy; Abderrahmane Sissako - Cow-boy (as Dramane Sissako).

Ficha técnica
Gênero: Drama, filme político
Diretor: Abderrahmane Sissako
Duração: 115 minutos
Ano de Lançamento: 2006
País de Origem: Mali
Idioma do Áudio: Francês e Bambara
Suporte: DVD

Premiações: Bamako participou da seleção oficial do Festival de Cannes de 2006, sendo exibido fora de competição. Ganhou o Grande Prêmio do Público nos Encontros Paris Cinéma de 2006.

Sobre o diretor*
Abderrahmane Sissako nasceu em 1961 em Kiffa, na Mauritânia, e passa sua infância no Mali. A partir de 1983, segue em Moscou o curso do célebre VGIK, o Instituto Gerasimov de Cinematografia, onde finalizará seus dois primeiros curtas-metragens: "Le jeu" e "Octobre" que será apresentado em 1993 na sessão "Un certain regard" do Festival de Cannes. A partir de uma encomenda de fábulas de La Fontaine, realiza "Le chameau et les bâtons flottants" em 1995 e em seguida um curta-metragem da série "Africa Dreamings", "Sabriya - le carré de l'échiquier", no qual dois homens evoluem em um café perdido num universo de areia. Em 1998, no contexto da coleção "2000 vu par…", ele roda "La Vie sur Terre", no qual interpreta a si mesmo, um cineasta vivendo na França e que, na véspera do ano 2000, parte para Sokolo, a aldeia maliana onde vive seu pai. Um "retorno ao país natal" cuja tessitura agridoce ecoa os textos de Aimé Césaire. Em 2002, Abderrahmane Sissako realiza na Mauritânia "Heremakono - En attendant le bonheur", que aborda em uma série de quadros sensíveis e significantes o exílio e as relações entre a África e o Ocidente. Selecionado em inúmeros festivais internacionais e notadamente em Cannes, onde obteve o prêmio da crítica internacional, o filme recebe igualmente o Étalon de Yennenga [prêmio mais importante] do Fespaco [Festival Pan-Africano de Cinema] de Ouagadougou [capital de Burkina Faso], assim como o Grande Prêmio da Bienal dos cinemas árabes de Paris. Em 2006, na casa de seu pai no Mali, ele roda "Bamako", no qual põe em cena um julgamento das instituições internacionais pelas injustiças a que submete a África. Selecionado fora de competição no Festival de Cannes de 2006, esse filme, lançado em 18 de outubro nos cinemas franceses, obteve o Grande Prêmio do Público nos Encontros Paris Cinéma.

Serviço:
Cineclube Afro Sembene e Cojira convidam
Sessão Especial Independência República do Mali
Bamako - direção de Abderrahmane Sissako
Dia 20 de setembro de 2014 - 18 horas
Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja - entrada franca. 
Próximo ao metrô República e Igreja da Consolação

Informações:
www.cineclubeafrosembene.blogspot.com.br
Email: cineafrosembene@gmail.com
www.cojira.wordpress.com - www.sjsp.org.br - e nas Redes Sociais

Realização: Fórum África
Parceria: Cojira/Sindicato dos Jornalistas de São Paulo/UMSPB (União Malinesa em São Paulo-Brasil)
 

Subsídios para melhor compreensão do filme Bamako - resenha
por Olivier Barlet - Tradução Céline Dewaele.

Tradução eletrônica – texto original em inglês.

"A cabra tem suas idéias, mas o mesmo acontece com a ave". O camponês maliano quem diz isso está no banco das testemunhas de um tribunal criado em um pátio em um bairro popular de Bamako, para um julgamento que opõe a sociedade civil e as instituições internacionais da globalização, do FMI e do Banco Mundial em primeiro lugar. Durante estes debates ao vivo transmitidos através de um alto-falante externo, a vida continua no pátio: mulheres tingir batiks, um casal é casado, enquanto outro separa, as crianças vêm e vão. É no pátio seu recém-falecido pai que Abderrahmane Sissako queria filmar porque foi aqui, neste lugar cheio de vida, que ele cresceu e apaixonadamente discutido África com ele.

Construção Não? É claro, mas tão relevante que se torna convincente. Muito intelectual um debate? Como se pode pensar que as pessoas comuns não conseguem entender o que está se formando? Manthia Diawara já havia mostrado que em seu documentário Bamako Sigi-kan (O Pacto de Bamako): as pessoas comuns não são enganar; sua consciência é aguda, a sua reflexão sobre o mundo permanente. Eles perfeitamente compreender as palavras e as questões deste estudo porque eles experimentá-los diariamente em sua carne. E mesmo que as idéias expressas já são conhecidos por todos, dizendo-los novamente, transcendendo-los com a força de uma expressão artística, era necessário. A profunda emoção que se sente quando se compromete a abrir-se para esse filme vai muito além dos discursos trotou para fora sobre as falhas da globalização e as relações Norte / Sul. Provavelmente porque a complexidade aumenta, voltando para idéias simples é essencial, pois é para estes a ser ainda mais ancorada através da sensibilidade.

Como tinha que haver argumentação e de debate, um ensaio com os advogados e testemunhas era um pré-requisito, assim como no cinema americano! Como é urgente para se concentrar em idéias fortes para combater tanto o fracasso das apela ao sentido de identidade e de política comuns, os fundamentos de defesa tinham o seu lugar, com o fervor eo compromisso de sua retórica. É este tribunal que estamos a assistir a duplicidade dos países do G8 está exposta; os países do G8 que afirmam a sua boa vontade de cancelamentos de dívida amplamente coberto pela mídia, quando, apesar de já amplamente reembolsado, continua a sangrar secar os países capturados em um laço, o que os impede de prestar serviços sociais. "O laço" é o título de um livro de Aminata Traoré - ex-ministro da Cultura, em Mali-que é chamado para o banco das testemunhas aqui. Condenando o cinismo e desonestidade dos países ricos, este julgamento acusa o estupro da imaginação, tanto quanto a destruição dos serviços públicos orquestrados pelos ajustes dos planos culturais que só levaram ao fracasso. A oportunidade de falar é dado aos oradores, como Aminata Traoré como ou um professor brilhante, mas também e acima de tudo para as pessoas comuns. O summum de expressão e emoção é alcançado quando um camponês, Zegué Bamba, não é mais capaz tonelada conter o que ele quer dizer e, girando o mata-moscas, lança um longo lamento meia-falado / half-sung. Nós ouvi-lo tanto mais que as suas palavras não são traduzidas em legendas, portanto escapando tudo projeção exótica e redução. Comovente e profundamente digna, seu grito ecoa uma África que sofre, mas nunca dá.

Filmado em vídeo com cenas estáticas que intensificar o cerimonial, o julgamento convida juízes reais e advogados que estavam livres para desenvolver seus próprios argumentos. Eles são tudo o mais sincero e convincente. Eles ficaram o tempo para demonstrar e sua imagem não é fragmentado pela multiplicação de tiros, o que lhes permite ser credível. De tempos em tempos, os tiros de imagem no filme vêm enriquecer em vez de ilustrar o discurso. Aqueles dos migrantes voltaram para o deserto não é um copy / paste da história do outro no banco das testemunhas: em poucos tiros que arregimentam mais do que eles são avassalador, Sissako resume a desumanidade escandaloso com que a emigração é tratada. Aqui, as palavras são redundantes: como belos ecos cantando melancólicas de Oumou Sangare, tintura das mulheres dá a água avermelhada eo pano obtido invade a tela.

No meio do filme, embora existam advogados negros e brancos em ambos os campos, um episódio ocidental sphagetti hilariante com tanto ator Dany Glover e cineastas Elia Souleiman e Zeka Laplaine traz à mente, por sua construção mimética e uso de burlesco, o Retorno do Aventureiro por Moustapha Alassane, mas também se destaca como uma ilustração de intervenções das instituições internacionais. É realmente as pessoas negras que se livrar de "o professor que está no caminho": longe do discurso de uma vítima, Sissako relembra participação dos africanos no suicídio de seu continente.

Mas o Norte não podem ser tolerados. Sua responsabilidade é inevitável, já que estigmatiza a África de hoje para os problemas que se tem provocado, casualmente causas confusas e consequências, pauperização e da pobreza. Os advogados da sociedade civil exponha este ballet hipócrita que mantém a visão de um continente amaldiçoado fadado ao infortúnio e à corrupção vivo. Não haverá mais lágrimas, como os de Aïssa Maïga que canta tão bem. Utopia sozinho é tudo o que resta para evitá-los, este carneiro Africano que literalmente bitucas Mestre Rappaport, advogado das instituições internacionais. E essa utopia seria, por bem ou por mal, colocar essas instituições de volta ao serviço, não do capitalismo liberal, mas de homens, sua vocação original.

É luminosa, como este filme soberbamente lunar em que as mulheres são a principal força motriz, em que cada imagem tem sua própria beleza e estrato de significado. Além da consciência aguda da tragédia de África, um corpo solitário que só um cão se atreve a farejar, uma grande lufada de ar fresco é possível, se os ventiladores estão definidos no lugar certo. Se ao menos fosse feito: é a esta utopia que este belo filme chama; um filme que muito bem e profundamente marca tod

*Biografia e Resenha traduzida de Africultures
Fonte secundária: Making Off
Fonte primária: Africultures

Pesquisa e postagem Oubí Inaê Kibuko para Cineclube Afro Sembene e Fórum África.