Cineclube Afro Sembene e Cojira exibem: “Drum – Gritos
de Revolta” (África do Sul) e “Outros Carnavais” (Brasil), no Sindicato dos
Jornalistas de São Paulo.
Tema: Pensar Comunicação
- O cinema afro-negro na visão da imprensa.
Pensar comunicação. A sessão dose dupla no dia 19 de
abril, do Cineclube Afro Sembene, em parceria com a Cojira, no Sindicato dos
Jornalistas, às 19 horas, propõe-se a buscar e estabelecer diálogos críticos
entre jornalismo e cinema. Elementos essenciais à construção de argumentações
sobre o tema, nestes tempos em que o mundo vive a sociedade da imagem, em
múltiplos meios de acesso a informação. Para tanto, serão exibidos os filmes
"Drum - Gritos de Revolta", de Zola Maseko, Africa do Sul e
"Outros Carnavais", documentário dirigido pelo jornalista Luiz Paulo
Lima, Brasil. A proposta visa refletir bases estruturais para o desenvolvimento
de discussões em torno deste tema, centrado, sobretudo, na questão sobre a
presença e representação do jornalista, seja na África ou Diáspora, nos meios
de comunicação.
Segundo o blog "Jornalismo e Cinema: "Os laços
que unem o jornalismo ao cinema são extensos, antigos e duradouros. Produções
como os cinejornais, documentários e reportagens televisivas atestam – em maior
ou menor grau – um hibridismo entre os dois campos. No entanto, como aponta a
autora Stella Senra, “coube à ficção, como desdobramento mais popular entre as
diferentes formas assumidas pelo filme, o estabelecimento de um padrão de
convívio mais íntimo e prolongado entre cinema e jornalismo” Desta forma,
surgiram os chamados newspaper movies (ou, no Brasil, os “filmes de
jornalista”), um subgênero consagrado especialmente no cinema norte-americano.
Trata-se de películas que “desvelam para o público o imbricado universo da
notícia e seus agentes, apresentando os conflitos éticos e morais da
profissão”. São produções que, mais do que ter jornalistas como protagonistas,
colocam a prática jornalística como ponto central de suas tramas e buscam
reconstruir a relação do profissional “com a notícia e com a sociedade”.
Observação: Serão emitidos comprovantes de
presença ao público estudantil e corpo docente para fins escolares. Informe-se.
DRUM – GRITOS DE REVOLTA
Sinopse
Drum – Gritos de Revolta, é um
filme sobre a vida de Henry Nxumalo, jornalista de investigação famoso nos anos
50 em Sophiatown, bairro símbolo da resistência cultural em Joanesburgo. Ele
trabalha em uma revista negra da moda, Drum, verdadeira arma de mídia na época.
Durante esta época, toda uma geração de autores, críticos, músicos e
jornalistas exigentes sul-africanos surgiu e se expressou nessa resistência.
Henry Nxumalo arriscou a vida denunciando as condições de tratamento dos negros
que viveram e trabalharam durante os anos de segregação, apesar do assédio
constante por parte das autoridades.
Ficha Técnica
Diretor: Zola Maseko. Elenco:
Taye Diggs, Gabriel Mann, Tumisho Masha, Moshidi Motshegwa, Jason Flemyng,
Zola, Fezile Mpela, Greg Melvill-Smith, Lindani Nkosi. Gênero: Suspense/Drama.
Duração: 94 minutos. Ano de Lançamento: 2004. País de Origem: África do
Sul/Estados Unidos/Alemanha. Idioma do Áudio: Inglês / Africâner. Legendas:
Português.
Sobre o diretor Zola Maseko
Zola Maseko nasceu em 1967 no
exílio e foi educado na Suazilândia e Tanzânia. No final dos anos 1980 junta-se
à facção armada do Congresso Nacional Africano na luta contra o regime
sul-africano do apartheid. Depois de estudar cinema e televisão no Reino Unido
regressa à África do Sul, onde realiza “The Foreigner” (1994), a sua primeira
curta-metragem de ficção que aborda a xenofobia no seu próprio país. Seguem-se
dois documentários sobre Sarah Baartman, a mulher que ficou conhecida como a
Vénus Hotentote, uma história cruel do século XIX sobre racismo e exploração.
“A Drink in the Passage” (2002) assinala a consagração de Maseko no FESPACO,
onde recebe o prêmio especial do júri, mas é com “Drum” (2004) que recebe o seu
prêmio máximo, o Garanhão de Ouro de Yennenga.
FESPACO/Yennenga
O FESPACO (Festival Pan Africanode Cinema e televisão de Uagadugu) foi criado em 1969 em Uagadugu, por
iniciativa de um grupo de cinéfilos. O sucesso e a esperança gerados junto ao
público e aos cineastas da África levaram as autoridades burquinenses a
institucionalizá-lo em janeiro de 1972. A partir da 6ª edição (1979), passa a
ser um evento bienal, começando no último sábado de fevereiro de cada ano
ímpar. O troféu do Semental de Yennenga inspira-se no mito fundador do império
dos Mossés, etnia majoritária no Burquina Faso. No mundo da cultura, o maior prêmio no FESPACO é o garanhão
Yennenga (ouro, prata e bronze). Yennenga é o nome de uma lendária princesa e
também é muito presente nas pinturas batik e bronzes dos artesãos nacionais.
Ela é representada montada em seu cavalo empinado, empunhando uma lança em uma
das mãos, gritando. Fonte: Wikipedia.
Curiosidades
Drum foi o primeiro longa
metragem do diretor. Originalmente, foi concebido para ser uma série de seis
episódios chamada Sophiatown Short Stories, mas por falta de orçamento, foi
convertido em um filme. Com exceção dos dois protagonistas, interpretados pelos
atores norte-americanos Taye Diggs e Gabriel Mann, a maior parte do elenco é
formada por atores sul-africanos. O ator Lindane Nkosi faz o papel de Nelson
Mandela.
Premiações
Best South African Film - Durban International
Film Festival; FIPRESCI Prize - Zanzibar International Film Festival, 2005;
Grand Prize: Etalon de Yennega - Panafrican Film and Television Festival of
Ouagadougou, 2005.
OUTROS CARNAVAIS
Sinopse: “Não se trata de um filme com o
rigor etnográfico, e sim, um conjunto de momentos e relatos onde o lúdico
inspira a luta por esta manifestação cultural negra, pela sua permanência nas
memórias de quem vive nesta cidade”. Em formato para TV – através de lembranças
e vivências de importantes e quase esquecidos batuqueiros – a narrativa se
constrói com imagens e sons para contar uma epopéia que começa com a Lavapés e
termina como os novos quilombos. O público ainda pode conferir no
curta-metragem os depoimentos de dona Filomena e dona Guga; Seu Carlão do
Peruche, Seu Toniquinho Batuqueiro, Seu Nenê da Vila e mestre Divino.
Ficha técnica
Direção e argumento: Luiz Paulo
Lima. Ass.Direção: Nelma Salomão. Produção Executiva: Shirlene Victor. Direção
de Fotografia: Carlos Alberto Xavier. Edição: Marcus Bastos. Acervo
fotográfico: Wagner Celestino. Consultores: Kelly Adriano de Oliveira/Osvaldo
Faustino. Parceria: IBB – Instituto Bandeira Branca/Uesp – União das Escolas de
Samba Paulistanas. Convênio Pós-Produção: Fundação Cultural Palmares. Apoio:
Idéia Digital/Icorred.com. Produtora: Devictor filmes. Duração: 30 minutos.
Sobre Luiz Paulo Lima
Luiz Paulo Lima é jornalista,
trabalhou como repórter nos principais jornais brasileiros (O Estado de São
Paulo, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, O Globo, Valor Econômico), na Tv
(TV da Gente, TV Record), Radio (Radio Record). Outras atividades: Assessor da
primeira Secretaria do Meio Ambiente em São Paulo, Assessor de Relações
Institucionais do Museu Afro Brasil. Atividades recentes: Dirigiu o filme
"Outros Carnavais" - Entre memórias e batuques paulistas, que foi lançado no dia 02/12/2009 - Dia
Nacional do Samba, e Sócio/diretor de comunicações da Watermelon Entertainment.
Curiosidades
O documentário teve inicio em
2008, mas só foi finalizado em 2009, quando contou com o apoio da Fundação
Cultural Palmares para a pós-produção.
Sobre o projeto Cineclube Afro Sembene
O
Cineclube Afro Sembene é uma iniciativa do Fórum África, entidade sem fins
lucrativos, de caráter social, cultural e recreativo, que reúne africanos,
brasileiros e todas as pessoas interessadas em difundir informações que
melhorem o conhecimento sobre a África no Brasil, e vice-versa. O nome Sembene
é uma homenagem ao escritor, produtor e diretor senegalês Ousmane Sembene (1923
— 2007), freqüentemente chamado de "O Pai do Cinema Africano". Sua
jornada teve inicio em 2008, no Centro Cineclubista de São Paulo, do qual é
associado. Ciente das barreiras da língua e de seu caráter formativo, a
programação do Cineclube Afro Sembene prioriza filmes legendados em português.
Coordenação: Vanderli Salatiel, Saddo Ag Almouloud e Oubí Inaê Kibuko.
O Cineclube Afro Sembene 2014
A
proposta é fomentar a formação de repertório versátil, com sessões em dose
dupla, ou seja: um filme do continente africano e um filme de um(a) diretor(a)
afro-brasileiro(s), como acontece em shows e eventos internacionais que são
abertos por bandas ou artistas nacionais como forma de intercâmbio e difusão
cultural. Tem também um apelo retrô, em referência e homenagem aos cinemas
populares, os quais até meados da década de 1990 exibiam dois filmes como meio
de atrair, formar, manter seu público. “Como os cinemas estavam perdendo
expectadores, logo surgiu a idéia de oferecer aos cinéfilos a sessão dupla,
onde poderiam assistir dois filmes pagando por apenas um bilhete. E muito filme
considerado B, não só ganhou repercussão como também se tornaram cults”,
explica Oubí Inaê Kibuko, um dos coordenadores de programação do Cineclube Afro
Sembene.
As
sessões acontecem no 3º sábado do mês, pontualmente às 19 horas, sendo a
exibição do filme seguida de debate com membros da equipe realizadora ou de um
comentarista convidado, e outras práticas da cultura africana e
afro-brasileira.
A parceria Cineclube Afro Sembene e Cojira
Em
2012 o Cineclube Afro Sembene firmou parceria com a Cojira-SP (Comissão de
Jornalistas Pela Igualdade Racial no Estado de São Paulo), que manifestou
disposição solidária com a proposta e se dispôs a contribuir na difusão do
cinema africano ao público interessado.
A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira) é um órgão
consultivo, com participação aberta. O objetivo é auxiliar o Sindicato dos
Jornalistas na atuação mais efetiva com relação à questão racial. Participa de
ações tanto no âmbito específico do jornalismo, quanto em questões de caráter
mais geral. A oficialização desta parceria se deu em 16/11/2013, com o retorno
do Cineclube Afro Sembene, desta feita no Sindicato dos Jornalistas, após um
longo e forçado jejum por falta de espaço apropriado.
Serviço
Pensar Comunicação - O cinema
afro-negro na visão da imprensa
Cineclube Afro Sembene e Cojira
exibem os filmes: “Drum – Gritos de Revolta” (África do Sul) e “Outros
Carnavais” (Brasil), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
Data: 19 de abril de 2014 –
sábado;
Horário: pontualmente às 19
horas;
Local: Sindicato dos Jornalistas
no Estado de São Paulo;
Endereço: Rua Rego Freitas nº 530
- Sobreloja, Vila Buarque, São Paulo/SP, próximo a Igreja da Consolação e metrô
República - Entrada franca.
Observação: Serão emitidos
comprovantes de presença ao público estudantil e corpo docente para fins
escolares. Informe-se.
Informações:
www.cineclubeafrosembene.blogspot.com.br
Email: cineafrosembene@gmail.com
www.cojira.wordpress.com/
www.sjsp.org.br
Contatos: (11)99750-1542 - c/Oubí
Inaê Kibuko
Realização: Fórum África
Parceria: Cojira-SP/Sindicato dos
Jornalistas de São Paulo