Caso
estivesse sendo regularmente publicado “mez a mez” desde a sua
fundação, em 1915, como ambicionava seu núcleo gestor, o jornal O Menelick,
que exibia orgulhoso em seu subtítulo a sugestiva frase orgam
noticioso, literário e crítico dedicado aos homens de cor, completaria
em 2015 um século de existência. Nada mal para um periódico que nasceu
no último país das Américas a “abolir” formalmente a escravidão; que
enfrentou toda a sorte de um pseudo-movimento eugênico brasileiro que se
disseminava por diversos setores da elite intelectual do país. Isso sem
contar os escassos recursos financeiros que dispunha e os incontáveis
efeitos políticos, econômicos e sociais ocasionados pe
la Primeira Guerra
Mundial (1914 – 1918).
Tivesse sido respeitada a
heterogeneidade formadora dos alicerces da sociedade brasileira, as
diferentes matizes que a constituíram e a livre expressão das
“minorias”, a utopia da secular longevidade do periódico paulista
superaria hoje, por exemplo, consagrados ícones da imprensa negra
mundial. Como é o caso, por exemplo, das gigantes norte-americanas Ebony (1945), Jet (1951) e Essence(1970).
Mas a realidade enfrentada pelo jornal O Menelick
– assim como de quase a totalidade dos veículos de comunicação da
chamada imprensa negra que o precederam e o sucederam foi outra. Com
pouquíssimos recursos financeiros para se viabilizar e,
consequentemente, com sérias dificuldades em manter uma periodicidade
regular, o jornal encerrou seus trabalhos ainda em seu segundo número,
em 1916. Mas a semente fora plantada, e a importância dos negros de São
Paulo possuírem um jornal que os representassem legitimou-se através das
poucas páginas publicadas por O Menelick, suficientes, porém, para encorajar que outras publicações semelhantes surgissem a sua luz.
Com a participação de Oswaldo de Camargo, Rosane Borges, Alexandre Araújo Bispo, Oswaldo Faustino e Nabor Jr., o encontro O Menelick, 100 Anos (1915 – 2015): Revisitando a Trajetória da Imprensa Negra Paulista, jogará luz sob essa história secular contada a próprios punhos e os desdobramentos deste movimento na contemporaneidade.
OBS: No mesmo dia haverá a distribuição gratuita da edição zer016 da revista O Menelick 2° Ato.
SERVIÇO
O MENELICK, 100 ANOS (1915 – 2015): REVISITANDO A TRAJETÓRIA DA IMPRENSA NEGRA PAULISTA
DATA 26 DE JUNHO
HORÁRIO DAS 18H ÀS 21H
LOCAL ANFITEATRO DE HISTÓRIA – DH/USP
ENDEREÇO AV. PROF. LINEU PRESTES, 338 – CIDADE UNIVERSITÁRIA
ENTRADA GRATUITA
+ INFO omenelick2ato.com/ lemad.fflch.usp.br
DATA 26 DE JUNHO
HORÁRIO DAS 18H ÀS 21H
LOCAL ANFITEATRO DE HISTÓRIA – DH/USP
ENDEREÇO AV. PROF. LINEU PRESTES, 338 – CIDADE UNIVERSITÁRIA
ENTRADA GRATUITA
+ INFO omenelick2ato.com/ lemad.fflch.usp.br
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